terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Sonia Maria Ditzel Martelo (1943 - 2016)


1
A chuva beijando o chão
o ventre da terra alcança
e é joia que no sertão
reluz em tom de esperança!…
2
A Natureza hoje chora
a cruel devastação
que faz o verde ir embora
e veste de cinza o chão !...
3
A nossa vida depende
de cuidas da Ecologia,
assim o verde resplende
em luz de infinda magia!
4
Ante os golpes do destino
jamais curve sua fronte,
olhe o pinheiro, menino,
tão altivo no horizonte !...
5
Ao ouvir a canção da alma
quando o silêncio se faz
sinto invadir-me tal calma
que encontro enfim minha Paz!...
6
As cordas de minha lira
levam-me a um mundo risonho
onde a saudade suspira
no doce embalo do sonho!...
7
A Trova é tão pequenina
mas quanta beleza encerra;
feliz de quem tem a sina
de espalhá-la pela Terra!...
8
Em sua onda cristalina
que nos afasta o conflito,
a Música nos fascina
e tem sabor de infinito!
9
É qual folha solta ao vento
o verso que diz minha alma:
– nem sei se tenho talento,
só sei que um verso me acalma!…
10
E quando nos falta o Amor
o mal vem logo em seguida,
tudo é treva, tudo é dor,
sem uma luz nesta Vida!...
11
Esta magia da Trova
um feitiço até parece,
tem a luz que a alma renova,
tem o encanto de uma prece !
12
Estes campos verdejantes
de minha terra querida
são esmeraldas brilhantes
a colorir minha Vida!...
13
Eu fui minha alma entregar
todinha para a Poesia
e assim achei meu lugar
num mundo só de magia!
14
Já perdida na distância
mas esquecida jamais:
adeus… adeus, minha infância,
adeus… até nunca mais!…
15
Maior conquista na vida
não é fama nem riqueza,
mas sim a vida vivida
para o Bem, para a Beleza!…
16
Marque presença na vida
pelas ações que pratica,
lembre: na hora da partida,
você vai… sua obra fica!
17
Meu veleiro de ilusões
singra os mares desta vida
e vencendo os vagalhões
talvez ache, enfim, guarida!…
18
Minha mais doce ilusão
é pensar que sou feliz
sem saber que o coração
fez de mim o que bem quis !...
19
Música que nos acalma
é sublime inspiração
a tanger nas cordas d’alma
pelas notas da emoção!
20
Não existe mais pureza,
mais encanto e mais calor
do que assistir a beleza
do despertar de uma flor!
21
Nas coisas simples que faço
tristeza não me pões véu:
– procurando meu espaço,
eu penso chegar ao céu!…
22
No gérmen que se faz planta
a promessa é chama acesa
dourando o trigo que encanta
e que põe o pão na mesa !...
23
Nos mistérios deste outono,
as folhas caindo ao chão,
tecem colchas de abandono
que envolvem minha ilusão! ...
24
Nossa vida é só ilusão
e o tempo é quem nos conduz
até o fim dessa missão
rumo a um tempo só de luz!…
25
Nos vendavais deste outono,
as folhas caindo ao chão
tecem colchas de abandono
que envolvem minha ilusão.
26
Pobre floresta que chora
sua alma triste, enlutada,
e vê seu verde ir embora
nas cinzas de uma queimada!
27
Quando a prata do luar
cintila seu brilho infindo
no imenso dorso do mar,
não sei de nada mais lindo!
28
Quando tudo terminar,
quando o sonho tiver fim,
quando nada mais restar…
brilha uma luz mesmo assim!…
29
Se tu quiseres ter paz,
esquece a dor e a agonia:
– o ontem já não volta mais,
sempre haverá novo dia!
30
Uma cabana, um amor,
um pedacinho de chão,
um mundo com muita cor
é sonho que sonho em vão!…
31
Um mundo melhor quisera
onde houvesse amor e paz,
mas bem sei que isto é quimera,
– não passa de um sonho audaz!
32
Um resquício de saudade
traz alento à nossa dor
pois revive na verdade
um velho sonho de amor!…
33
Veloz vento vagabundo,
por onde vais, meu rapaz?
Vais procurar pelo mundo
um cantinho onde haja Paz?

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Vanda Alves da Silva


1
A leve pipa, enfunada,
pela brisa zombeteira,
une toda a criançada
numa alegre brincadeira.
2
Amizade e lealdade,
sempre juntas, de mãos dadas:
correntes de identidade
entre almas entrelaçadas.
3
Amo o branco simplesmente,
por ser a cor que nos traz
a sensação envolvente
de uma bandeira da paz.
4
Amor: dádiva divina
que entrelaça corações;
sem prisão e na surdina,
nos faz viver emoções!
5
Ao lento passar das horas,
aumentam as agonias...
Quanto mais tempo demoras,
mais sinto as noites vazias.
6
Ao vento não lances praga,
pensa, repensa e medita,
pois a boca sempre paga
pela frase que foi dita!
7
A saudade, simplesmente,
como vem logo se vai,
lembra bem o sol poente
no instante que a noite cai.
8
Assim como sonhos vão,
pelos trilhos do infinito…
outros mais devolverão
paz ao coração aflito…
9
A sua ausência, crescendo,
faz aumentar os meus medos
e eu vejo a paz escorrendo,
lenta, por entre meus dedos.
10
A vida, em sua beleza,
deu-me tantas emoções,
que, mesmo ao sentir tristeza,
há doces recordações.
11
Bela legenda a se olhar,
que nos dá… esperança irmãos:
Ver os jovens a amparar
o mundo nas suas mãos.
12
Coloco azul no pincel,
pinto o céu, também o mar…
e deixo no alvo papel,
a luz da lua brilhar!
13
Cultivada no seu peito,
desejo ser um jasmim.
Sei não ser o amor perfeito,
mas me queira mesmo assim.
14
Depois que se aposentou,
seu pijama é só frangalho,
pois nunca mais o tirou
para não lhe dar trabalho.
15
Despindo folhas e flores,
o inverno, o vento conduz,
e a árvore, sem pudores,
vai mostrando os galhos nus.
16
Deus nos dá sabedoria,
para o bem que nos conduz
ao amor que, com a alquimia,
nos torna um farol de luz!
17
Devemos andar na linha
e com prudência também:
“tino e caldo de galinha”
não fazem mal a ninguém!
18
Doce palavra vibrante,
lapidada na emoção…
É a trova um raro brilhante,
moldado na nossa mão.
19
Ela, num dia encantado,
o sonho vai realizar:
leva, mudo e acorrentado,
o seu noivo, para o altar.
20
Em meus tempos de criança,
pelas poças, num tropel,
lançava minha esperança,
em barquinhos de papel…
21
Em seu roçar, minha pá,
peço que no seu vaivém
leve a saudade pra lá
e traga pra cá o meu bem.
22
Flechado por um cupido
vai se inspirando o poeta...
Faz versos de amor doído,
por uma paixão secreta!
23
Imprimo minhas pegadas,
sofridas pelo abandono,
nas folhas amareladas
pinceladas pelo outono…
24
Juraste-me ser fiel,
mas do nosso amor, contudo,
hoje resta o velho anel
num estojo de veludo.
25
Lá em casa, quando anoitece,
dormir não há quem consiga:
gulosa, a sogra parece
ter alarme na barriga.
26
Mas foi batida de frente?
Não, foi mesmo de limão,
que provocou o acidente
do bebum na contramão 
27
Meu relógio, de hora em hora,
badala a mesma canção:
aquela trilha sonora
que embalou nossa afeição.
28
Meu tempo tornou-se esparso…
Por mais que tente retê-lo,
nem com tintura disfarço
o cinza do meu cabelo.
29
Mulher, em sua contenda,
sempre tem o desafio
de tecer a linda renda,
desatando os nós do fio…
30
Na chama ardem fauna e flora,
daí a tristeza grassa
e a natureza então chora
envolta em negra fumaça!
31
Na minha busca amorosa,
não invejo amor alheio,
pois mesmo a vida ditosa
tem seus espinhos no meio.
32
Não se ata pelas algemas,
mazelas ao cidadão,
que enfrenta tantos dilemas
doando vida à nação.
33
Na sala da academia,
fonte da literatura,
jorra emoção em poesia,
para a sede da cultura.
34
Na vida, eu prefiro o jogo,
não de azar, de sedução...
e, em vez de cartas, o fogo
que incendeia uma paixão.
35
Na vida vivo tentando,
tornar meu mundo risonho,
pois a tristeza vem quando,
existe ausência de um sonho.
36
No cinema… entre suspiros,
e ao pulsar dos corações,
o casal, dançando em giros,
nos inflama de emoções…
37
Noite tecida de espera
e orvalhada pelo pranto:
essa lembrança que gera,
a nudez do desencanto.
38
No movimento do mar,
bailando, ondas vêm e vão,
na rua, me encanta olhar:
o vaivém da multidão.
39
No mundo das ilusões,
havendo entrega total,
se entrelaçam corações
numa paixão virtual…
40
No refúgio do meu sonho,
em dias de maré cheia,
sigo driblando risonho,
medos… nas dunas de areia.
41
No regaço dos teus braços,
feliz, carregada ao léu,
sinto na escalada os passos,
nas nuvens… levar-me ao céu!
42
Numa linda cena antiga,
recordo…um amor na tela,
que se embala na cantiga,
num jantar à luz de vela…
43
Numa praia, é lindo amar,
contemplando o sol se pôr;
ondas balançando o mar,
e a rede embalando o amor!
44
Num dia de chuva e raio,
do chefe ninguém me aparta,
tropeço nele... e não saio,
pois não há raio que o parta.
45
Nunca temer al futuro,
porque Dios quita la cruz,
me lleva al puerto seguro,
siendo mi rastro de luz!
46
O barco, pede passagem
quando a terra descortina
e o farol troca mensagem
piscando a luz na surdina…
47
O bebum faz arruaça
se em toda blitz é parado,
de tanto tomar cachaça,
só sopra todo babado.
48
O jardim, nos seus atalhos,
unindo vários canteiros,
tece colcha de retalhos,
ungido com doces cheiros...
49
O mendigo solitário,
perambula pela rua.
Ao redor só o cenário
de uma imensa e fria lua.
50
O nosso amor em tormenta
nos pede tempo a pensar...
Mas, nem mesmo em marcha lenta,
ele consegue engrenar.
51
O valor da roça encerra
o beijo do sol ardente
que, fertilizando a terra,
sacia a fome da gente.
52
Pela emoção mais secreta,
seja de alegria ou dor,
a lua inspira o poeta,
na trova que vai compor.
53
Pela seca, esmorecido,
abandono o meu rincão.
No meu rosto entristecido
há mais água que no chão.
54
Pelo caminho plantei,
as sementes de amizade,
e um patrimônio eu herdei
colhendo a felicidade.
55
Pensando na tua imagem,
em sonhos, sempre te vi...
Que importa se era miragem,
importa o amor que vivi!
56
Poder viver, quem me dera,
sentindo o vento a soprar,
sair da gaiola à espera
da liberdade… e voar !
57
Por ciúmes, no passado,
o nosso amor foi desfeito...
Ficou o sonho tatuado
na penumbra do meu peito.
58
Príncipe da Trova! Honrosa,
nossa entidade acentua:
cada pétala da rosa
contém uma trova sua…
59
Professora viga mestra,
que sustenta a educação,
regendo afinada orquestra
do saber e da instrução…
60
Quando em seus braços me enlaça,
nessas chuvas tropicais,
nosso amor ganha mais graça…
enfrentando os temporais.
61
Quando faz soar o alarme,
lá no prédio da perua,
na sua ronda o gendarme
só vê peladão na rua...
62
Quero ter a plenitude,
de levantar o estandarte,
com caridade e virtude,
de alguém que parte e reparte!
63
Recordo, ao passar das horas,
do meu tempo de criança...
Alegre, contando auroras,
tecendo a doce lembrança.
64
Restam horas já passadas,
da história de uma paixão:
lembranças esfumaçadas,
nas sombras do carrilhão.
65
São Francisco nasceu nobre,
mas despiu-se da riqueza,
cuidou da fauna e do pobre...
e cobriu-se de grandeza.
66
Se existe um amor sublime
embalando o coração
um deslize se redime
num pedido de perdão.
67
Sempre e sempre se convença
de que há distância infinita
entre aquilo que se pensa
e aquilo que a vida dita...
68
Só… sentada olhando o mar
sinto a triste solidão
e a onda põe-se a chorar,
em sua arrebentação.
69
Trovadores em repentes,
se unem num elo de luz...
e as trovas formam correntes:
de emoção... que nos seduz.
70
Vem Deus, na luz da harmonia, 
a família abençoar:
ofertando o pão do dia
comungado em cada lar.

domingo, 22 de janeiro de 2017

Vidal Idony Stockler (1924 - 2014)


1
Abelha vai se achegando,
ao zangão, seu encantado…
mas ele diz confessando:
eu não fui “bem programado”.
2
Abraço a sabedoria,
pelo caminho, sorrindo,
eternizando alegria
nesse caminhar tão lindo.
3
Abraço, linda maneira,
de transmitir o calor,
da bela luz verdadeira
cheia de paz e de amor!
4
A brisa afaga a ramagem
leva o perfume e canção;
gotas de orvalho desprendem
em descida para o chão.
5
A cigarra canta e fala
na floresta do sertão,
nos folguedos não se cala,
porque gosta de canção.
6
Adeus é forte tensão,
tido com raro vigor
e machuca o coração
mas tem a força do amor!
7
Adeus, lágrima que brilha,
vestida com forte dor!
A fé e luz compartilha
dando a paz da linda flor!
8
A lembrança de repente
se consagra na emoção
de alegria comovente
que nos fala ao coração.
9
Alma linda esplendorosa,
forte luz do pensamento,
perene, maravilhosa,
tem o brilho por sustento.
10
A memória traz lembrança
de vivência tão querida
desde os tempos de criança
aos demais dias de vida.
11
Ante aplausos da menina
na restinga do sertão,
rolam as águas da mina
cantando sua canção.
12
As águas com alegrias
percorrem os seus caminhos,
pássaros com melodias
extravasam seus carinhos.
13
As águas dançam no rio,
festejam ida pro mar,
haja inverno, haja estio,
com o sol ou com luar.
14
A semente livre dorme,
dorme num  manso esplendor,
seu poder é sempre enorme,
acorda, volta a ser flor.
15
A tapera que outro dia
só vivia festejada
hoje curte nostalgia…
só cantar… da passarada.
16
A tarde chegando ao fim,
o crepúsculo a se impor;
a noite aparece assim…
lua, estrelas, esplendor!
17
A tarde tranquila e calma,
os pássaros a cantar,
há doces enleios n’alma,
melodias de ninar…
18
Chuá, chuá, lindo tom,
cachoeira a murmurar,
no seu esplêndido som,
dia ou noite de luar.
19
Correm águas do riacho,
cantam aves na campina,
as uvas formam o cacho
e esmeraldas vêm da mina.
20
Desponta no horizonte,
com o brilho sem igual,
o sol, a mais pura fonte
de força transcendental.
21
Diz-se que o poeta não morre,
uma assertiva bonita!
Verdade que não ocorre,
mas é mentira bendita!
22
Do passado, só saudade
e não há outro caminho,
mesmo tendo liberdade
não se volta àquele ninho!
23
Escorre água da cascata,
com sua bela brancura
e grita na orla da mata
a pernalta saracura.
24
É só da noite o luar;
dos pássaros, os gorjeios;
é do dia, o ensolarar,
mas do homem, os receios.
25
Eu rebusco água da mina
pra minha sede matar
e encontro linda menina
que faz a fonte cantar!
26
Eu rememoro a saudade
de minha mãe, as carícias:
serena necessidade
de seu carinho e delícias…
27
Eu sonho no meu viver
e vivo no meu sonhar…
Na saudade o reviver,
no presente o caminhar…
28
Florescência do rincão
com aurora enluarada
cobre as matas do sertão
e a cabana abandonada.
29
Fonte d’água cristalina,
vapores soltos no ar,
beijam a bela menina
que desabrocha a cantar.
30
Lembranças, ricas lembranças,
volta e meia veem a mim
dos bons tempos de crianças,
saudade…que não tem fim !
31
Lembro da mãe a ternura,
inda criança em seus braços;
hoje vivo a desventura,
sem calorosos abraços.
32
Lenço branco desdobrado,
acenando com amor,
em adeus lacrimejado
como os orvalhos da flor!
33
Lépida abelha engenhosa
carrega o néctar e voa,
é mansa e muito mimosa
porém, se apertar, ferroa.
34
Louve a Deus o criador,
do mar, do sol e da terra
e da vida em esplendor
que tanta beleza encerra.
35
Mãe! A doçura querida,
serena amabilidade,
legou-nos a própria vida
a paz e a felicidade!
36
Marumbi serra do mar,
cúmulos e cirros há;
é imponência secular
nas terras do Paraná.
37
Mesmo no sereno adeus,
em viagem de despedida,
rebrilham nos olhos seus
lágrimas de ação querida.
38
Na bateia das poesias
lindas pedras coloridas,
vislumbram em alegrias
e enfeitam as nossas vidas.
39
Na colmeia só rainha,
tem abraços dos zangões;
as operárias “tadinhas”
choram faltas de afeições.
40
Na floresta da poesia,
a trova canta feliz;
encanta pela magia
e também pelo que diz.
41
Na plenitude da paz
em manhã ensolarada
a leveza bem se faz
no cantar da passarada.
42
Nas campinas, em florada
leve brisa toca o chão
e com voz aveludada
o sabiá dobra canção.
43
Nas praias, brancas areias
limitam águas do mar,
nelas dançam as sereias
tal qual a brisa a rodar.
44
No silêncio da floresta,
forte, ereto, sobranceiro,
a beleza bem atesta:
é o nosso rico pinheiro.
45
No jardim a branca palma,
de perfume tão profundo…
Beija-flor com toda calma,
inspira... sou rei do mundo!..
46
Numa riqueza sem fim,
nasce a força da bondade,
como as flores do jardim
na sua simplicidade!
47
O barco singra no mar
caminhada de lazer,
sob as luzes do luar,
flutuar é seu prazer.
48
O flerte de tempos idos,
olhares bem distanciados,
mas hoje, abraços unidos
e muito e muito apertados.
49
Olhos são janelas d’alma
a mostrar os bons caminhos
estruture vida calma
evite pisar espinhos.
50
Olhos são os brilhos d’alma,
as essências são das flores
brancura da linda palma,
jardim de ricos primores.
51
O macuco canta as horas
em que o tempo vai andando.
Deixa atrás velhas auroras,
mas continua cantando.
52
Ouça o murmurar das águas
e o cantar da suave brisa;
jogue fora suas mágoas
e tenha a paz por divisa.
53
Risos, fogueiras, quentão,
mulheres, moças, meninas,
músicas, danças, pinhão.
Toques das festas juninas.
54
Robusteça a vida calma
no decorrer da existência
projete a justiça n’alma
e vencerá por prudência.
55
Rolam as águas da altura,
denominadas de chuva,
para ficar na secura
use capa ou guarda-chuva.
56
Saudade, novo pensar,
um pensar do que passou,
querendo até resgatar
a beleza que ficou!
57
Seja estrela sorridente
no seu modo de viver,
e com força transcendente
faça o bem acontecer!
58
Sorriso música d’alma
carregado de carinhos
vai mantendo a doce calma
com flores pelos caminhos.
59
Tenha sempre vida calma,
praticando sempre o bem
e pondo doçura n’alma,
dos anjos receba amém.
60
Ternura do coração
verte n’alma linda luz
trazendo grande emoção
que a vida sempre produz.
61
Tranquila e linda lagoa
é rico espelho a brilhar,
quando chove, canta, entoa,
louvor às águas do ar.
62
Verte lágrima contida,
quando enfrentamos o adeus,
é a saudade já nascida
instituída por Deus!
63
Vê-se lágrimas rolando,
num adeus de despedida,
o cruzeiro vai zarpando
lenços falam na saída.

Lairton Trovão de Andrade (Descontraindo em versos)

01. Destrua a melancolia, pois a vida se renova! Contra a tristeza, Maria, beba chazinho de trova! 02. O plagiário é caricato que no mundo s...