terça-feira, 4 de abril de 2017

Sotero Silveira de Souza (1957 - 2010)


1
A cruzinha da estrada,
toda enfeitada de flor,
Faz lembrar-me a doce amada,
que morreu por meu amor!
2
Ah! Se Deus me desse sorte,
de escolher onde expirar,
eu quisera ter a morte,
no abismo de teu olhar!
3
A lembrança mais sentida
que trago nos dias meus,
foi o dia de sua partida,
sem dizer-me um só adeus!
4
Alguém diz que de amar tanto,
vai o homem para o inferno;
Há porém o amor santo,
e também o amor materno!
5
Alguém diz que não esquece
na vida o primeiro amor,
É uma chama que aquece,
a alma do sofredor!
6
A mulher é criticada,
pelos lindos dotes seus;
Do demônio não tem nada,
é a obra prima de Deus!
7
A palmeira solitária,
lá no alto da colina,
já a quase centenária,
pois te vi quando menina!
8
A pérola tão luzidia,
que hoje brilha e reluz,
foi a lágrima de maria,
que correu ao pé da cruz!
9
Aquele beijo envolvente,
de lembrança tão querida,
foi o beijo mais ardente,
que roubei na minha vida!
10
A vida é cheia de males,
às vezes é cheia de dor;
Por isso eu peço que cales,
eu sofro mal de amor!
11
Bate o sino na capela,
na tarde serena e calma;
Quando a vejo na janela,
bate o sino da minha alma!
12
Caminhei muitos caminhos,
Por estradas mil passei,
Só achei dores, espinhos,
Até que eu te encontrei!
13
Chegaste na minha vida,
como ave de arribação,
dei-te agasalhos e comida,
só me deste desilusão!
14
Certa vez eu vi um amigo,
que chorou para morrer!
Até hoje eu não consigo,
a sua lágrima entender!
15
Certa vez eu vi um cego,
puxado por um menino;
Eu tive inveja, não nego,
do gesto do pequenino!
16
Deixaste-me por dinheiro,
e trocaste o meu amor,
por um vil aventureiro,
que não tem nenhum valor!
17
Disse o poeta que a saudade,
é espinho cheirando flor;
Eu penso que é crueldade,
a lembrança de um amor!
18
Diz alguém que eu sou culto,
de carreira promissora;
Deve tudo a um vulto,
minha santa professora!
19
Dizem que o amor é um ninho,
macio igual algodão;
Eu creio ser feito de espinho,
e coça igual tinhorão!
20
Dizem que o homem de idade,
volta a fazer criancice,
claro, pois sente saudade,
do tempo da meninice!
21
Dizem que o mel é doce,
e que tem um bom sabor;
Quem dera que ela fosse,
como os lábios do meu amor.
22
Dizem que para se amar,
deve-se ter coração;
Assim não posso explicar,
por que tu me amaste então?
23
Do milionário, triste sina,
saber que ele vai morrer,
pode comprar a medicina,
e nada lhe vai valer!
24
Essa trova tão singela,
que exprime amargor,
foi composta por ela,
que negou-me o seu amor!
25
Esta vida é banal,
a grande verdade encerra;
O homem que é mortal,
é um transeunte na terra!
26
Eu não posso te querer,
pois sou pobre, sem valor,
vou lutar para merecer,
o teu dote, o teu amor!
27
Eu nunca aprendi a nadar,
e jamais eu quis fazê-lo,
só para um dia afogar,
nas ondas do teu cabelo!
28
Eu quero na sepultura,
onde um dia eu repousar,
este dito de ternura:
Voltarei para te buscar!
29
Eu sei que não posso dizer,
o calor que tem seu olhar,
mas sei que pode ferver
todas as águas do mar!
30
Eu sei que vou padecer,
uma tortura tão louca,
mas não me deixes morrer,
sem antes beijar tua boca!
31
Gameleira mutilada,
que faz sombra pelo chão,
vou vingar a machadada,
que lhe deu aquela mão!
32
Garimpei por entre escolhos,
à procura de um tesouro;
Vi diamantes nos teus olhos,
e nos teus cabelos, ouro!
33
Guardo comigo um queixume,
e jamais pude dizê-lo,
quisera ser vagalume,
na noite do seu cabelo!
34
Há homem culto e bronco,
para nós não é segredo;
Um nasceu para ser o tronco,
o outro simples arvoredo!
35
Há muita gente que insiste,
em só reclamar da sorte;
Mas a pior vida que existe,
é bem melhor do que a morte!
36
Irmã gêmea da tristeza,
e talvez, prima do amor,
a saudade é dureza,
e um peito sofredor!
37
Já tive muitos amores,
no curso da minha vida,
são estes os meus valores,
que levo para outra vida!
38
Meu amor, a minha vida
está toda condenada;
Sou a triste ilusão perdida,
um vulto só, e mais nada!
39
Meu laço de fita verde,
de tão velho desbotou,
esperando na parede,
um amor que não voltou!
40
Meu querido arvoredo,
meu destino agora é seu,
você sabe o meu segredo,
foi aqui que aconteceu!
41
Minha mãe, quando nasci,
contemplou-me a chorar,
desde então sempre segui,
o fulgor daquele olhar!
42
Muito eu já tenho rogado,
se não lhe desse desgosto,
eu quisera ser enterrado,
na covinha do teu rosto!
43
Não permita o meu fado,
que eu morra de solidão,
deixe que eu seja enterrado,
dentro do teu coração!
44
Não sei dizer o que sinto,
quando beijo aos lábios teus;
Para mim, juro, não minto,
é a maior graça de deus!
45
Não sei porque tu me olhaste,
se eu não posso te amar;
Por acaso já pensaste,
como fere o teu olhar?
46
Na vida há muita gente,
que nos sorri de alegria;
Por dentro é diferente,
é tudo hipocrisia!
47
Nem sempre a rara beleza,
felicidade irradia;
Carinho e delicadeza,
é que nos traz simpatia!
48
Nesta vida muita gente,
sofre muito por amar,
minha dor é diferente,
eu só quero te deixar!
49
O homem que tem juízo,
e bondoso de coração,
responde com um sorriso,
as afrontes que lhe dão!
50
O homem vive em carreira,
numa luta insofrida;
Tudo! De qualquer maneira,
chegará ao fim da vida!
51
Olhai as aves do céu,
não plantam, não sabem ler,
vivem felizes ao léu,
e deus lhes dá o que comer!
52
O olhar que tem mais brilho,
e penetra mais profundo,
é o olhar da mãe pro filho,
quando este vem ao mundo!
53
O ser mais rico que existe,
aqui na face da terra,
a sua riqueza consiste,
em sete palmos de terra!
54
Os lírios níveos do mato,
que vicejam na solidão,
tem muito mais aparato,
que as vestes de Salomão!
55
Os prazeres indizíveis,
que adornam o meu passado,
são dias inesquecíveis,
que vivi, só a teu lado!
56
Por ambição eu deixei,
minha mãe, anjo de luz;
Hoje, saudoso voltei,
e só encontrei sua cruz!
57
Por que choras passarinho,
à hora do pôr-do-sol?
Eu também estou sozinho,
ó meu triste rouxinol!
58
Quando eu não mais existir,
e talvez só cinzas for,
creio que alguém há de sentir,
saudades do trovador!
59
Quando miro nos teus olhos,
às vezes fico pensando,
se olho verdes abrolhos,
ou se eles estão me olhando!
60
Quando vejo um beija-flor,
nas roseiras do jardim,
corro e beijo o meu amor,
que também perfuma assim!
61
Quisera com emoção,
feliz, carregar-te em dia
na palma da minha mão,
onde teu nome inicia!
62
Quisera ser passarinho,
para voar na amplidão,
e depois, pousar de mansinho,
na palma de tua mão!
63
Relógio da minha vida,
por que disparas assim?
Para que tanta corrida,
se tem que chegar ao fim?!
64
Saudade levo comigo,
contigo deixo também,
a saudade é o inimigo,
mais cruel que a gente tem!
65
Se eu parar de fazer trova,
por faltar inspiração,
quero do doutor a prova,
que morri foi de paixão!
66
Sem pensar e sem maldade,
eu esbanjei gastando à bessa,
um tesouro, a mocidade,
que acabou-se tão depressa!
67
Se o mundo fosse um canteiro,
e você fosse uma rosa,
eu queria ser jardineiro,
para beijá-la, cheirosa!
68
Se pudesse o meu destino,
conceder-me uma esmola,
eu quisera ser um menino,
pra voltar à minha escola!
69
Se quiseres ver ao certo,
um oásis de bonança,
observe bem de perto,
os olhos de uma criança!
70
Se você ver a alvorada,
quando vai romper o dia,
é uma sombra desbotada,
da beleza de Maria!
71
Sofro muito e me consolo,
porque tenho esperança,
de deitar-me no teu colo,
e dormir igual criança!
72
Teve a boa mãe natureza,
com você carinho e gosto;
Deu-lhe uma rara beleza,
e linda pinta no rosto!
73
Tenho sido humilhado
muita dor meu peito encerra;
Bem diz o velho ditado;
ninguém é rei em sua terra!
74
Tinha tudo e me casei,
minha mãe ficou chorando,
até hoje não encontrei,
o que estava procurando!
75
Todos tem o seu destino,
até o rio que corre,
mas o pobre peregrino,
só no dia em que ele morre!
76
Trouxe saudade, desgosto,
da terra onde nasci,
mas sepultei-as em teu rosto,
tão logo, te conheci!
77
Uma coisa neste mundo
que o meu coração palpita,
é dormir sono profundo,
no colo de moça bonita!
78
Vim para matar saudade,
consolar meu coração,
hoje volto pra cidade,
mais pesado de paixão!
79
Vou lhe dar o seu presente,
é tão lindo e delicado,
feito de couro reluzente,
um rico anel de noivado!

segunda-feira, 3 de abril de 2017

Gilson Faustino Maia


1
A ecologia é ciência
hoje muito comentada.
Busca o fim da violência
aos seres vivos, mais nada!
2
A lua vive distante.
Não chega perto porque
não quer olhar seu semblante
e a luz que vem de você.
3
A temperança eu conheço
por virtude necessária.
Seja na infância o começo,
como tarefa diária.
4
Cintura fina, eu sabia,
é de tanto trabalhar!
Não frequenta academia,
não tem tempo pra malhar.
5
Depois de uma certa idade,
querendo a vida entender,
vi que a mente da saudade
pode o passado esquecer.
6
Desde o berço à sepultura
caminharei sem temor,
conduzindo esta ventura:
ter nascido trovador.
7
Eu não sei se é por maldade,
porém é um fato frequente
chega um tempo em que a saudade
também se afasta da gente.
8
Falar de amor, eis o tema,
no céu, na terra, no mar,
na boate, no cinema,
onde eu puder te encontrar.
9
Fui ao doutor outro dia,
não me pergunte por quê.
Olhou a radiografia,
só viu, lá dentro, você.
10
Maria pula a fogueira,
mas cai, nas brasas, sentada.
Eis o fim da brincadeira:
a parte de trás queimada.
11
Na vida a gente imagina
tudo poder suplantar.
Olho os seus olhos, menina,
já começo a fraquejar.
12
Meus versos, quanta alegria
trazem ao meu coração.
À custa da poesia
é que eu suporto a traição.
13
Não é o mesmo que outrora,
mas vale a pena emendar.
Com amor que a gente adora,
vale reconciliar.
14
O leito ficou quebrado
pela dupla pesadona:
um cinquentão assanhado
nos braços da cinquentona.
15
Petrópolis, que beleza!
Que lugar encantador!
Já, assim, dizia a nobreza,
na corte do imperador.
16
Olha, amor, à minha mesa,
veneno e licor de vida.
Ou morro em minha tristeza,
ou vivo por ti, querida.
17
O sol nasceu, alegria!
Que bom que a chuva parou!
Vou secar a poesia
que a tempestade molhou.
18
Quando eu era bem criança,
as mãos limpas de aprendiz
transportavam esperança
de ser, um dia, feliz.
19
Quem parte deixa saudade.
Quem fica sofre demais.
Buscai a conformidade.
Desesperança? Jamais.
20
Saudade é coisa que passa
quando está pronto o caixão.
Oprime, destrói, amassa,
arrebenta o coração.
21
Se a gente, por vil destino,
perde, na vida, o que tem,
mais tarde, por dom divino,
perde a memória também!
22
Sofri e chorei baixinho,
fui te esquecendo, meu bem,
quando eu vi que o teu carinho
desembarcou do meu trem.
23
Tendo um passado tristonho,
desde os tempos de criança,
mostro o meu rosto risonho,
movido pela esperança.
24
Vamos buscar união,
paz, amor, fraternidade,
sem encolher nossa mão
ao querer felicidade.
25
Vejo, em minha fantasia,
que a sombra só diz verdade,
quando, à luz da poesia,
volto à minha mocidade.
26
Vem chegando o trem de ferro
entre os canteiros floridos.
Nele, você, se eu não erro,
vem pôr fim aos meus gemidos.

domingo, 2 de abril de 2017

Edna Ferracini


1
A mensagem dos meus lábios
em resposta à sua ofensa
tem o silêncio dos sábios,
que outra resposta dispensa!
2
Amigo é trova perfeita
que tem sentido completo;
a redondilha que enfeita
as rimas... do meu afeto!
3
Aquele adeus inconcluso,
que eu recebi como ofensa,
pôs-me ainda mais confuso:
não foi adeus... foi sentença!
4
As ondas laboriosas
urdindo em verdes teares,
desenham rendas mimosas
para as noivas de seus mares!…
5
A viola atravessada,
presa à viga da palhoça,
parece uma cruz lavrada
na alma cantante da roça!
6
Como é bom café quentinho
com broinhas de fubá,
fogão de lenha, um ranchinho
e a paz que a roça me dá!
7
Com requintes de nobreza,
na incerteza de quem vem,
ponho o vinho sobre a mesa
mas faço um brinde a ninguém…
8
Confinei meu sonho ousado
nas fronteiras que tracei,
mas o sonho revoltado
tornou-se um fora-da-lei!
9
Criei um muro entre a gente,
pensando em me defender...
Mas teu semblante, insistente,
pula o muro e vem me ver!...
10
Em sonhos, acorrentado,
entre regressos sem fim,
vivo vidas do passado,
vividas dentro de mim.
11
Flores na ponta do pé
que o vento agita e lidera,
entram dançando balé
no palco da primavera!...
12
Nas manhãs cheias de cores
quando o Sol se manifesta,
os ninhos se enchem de amores
e a vida brinca de festa!!!
13
O espetáculo termina
e o dia encerra a função.
A noite estende a cortina
nos varais da solidão!
14
O motivo é tão perfeito...
Meia-lua... o céu em festa...
que o sonho sonha no leito
da rede que a lua empresta!
15
O teu semblante lembrado
entre um luar e uma rede,
hoje é sonho emoldurado
que eu pendurei na parede!
16
Quem só cuida do semblante
e se furta ao bom conselho,
mostra na alma agonizante
o que não mostra ao espelho.
17
Quero beijar-te... e, distante,
grafo estes beijos à mão.
Se não tenho o teu semblante,
que viva a imaginação!
18
Refúgio que não consola,
mas engana de verdade,
é beber uma viola
degustando uma saudade!
19
Se a palavra vem vazia
ou vem ferindo demais,
mil vezes a companhia
do silêncio e nada mais!
20
Sendo o silêncio uma prece,
eu nem preciso rezar...
Se a minha alma se entristece,
faço o silêncio falar!
21
Sou uma roça enflorada
quando ao sol de teu olhar,
me amanheço em alvorada
com meus sonhos a espigar!
22
Tento agarrar teu semblante
na ilusão de ser verdade.
Mas percebo neste instante
que foi troça da saudade...
23
Vai a tarde, agonizante,
gotejando a luz do dia...
e num golpe fulminante,
a noite estanca a sangria!

sábado, 1 de abril de 2017

Diamantino Ferreira


1
À mesa…  taças de vinho…
Alívio de um sofredor.
Já não vive mais sozinho
quem encontrou novo amor.
2
A trova, de qualquer jeito,
chega forte e vai bem fundo.
Em seu contexto perfeito,
já percorreu todo o mundo.
3
A velhinha nem repara
na dança da bailarina:
seu tempo há muito passara…
- Pobre dela!  Triste sina!
4
Beijo nas faces, carícias
- como tantas, inocentes;
mas abraços são primícias
dos desejos mais ardentes!
5
Bonecos… acorrentados!
Libertar-se?  Isso em vão!
Se um tem os lábios selados,
reclamar da escravidão?!
6
Em noite de lua cheia,
tanta luz por sobre o mar…
Bem mais que o dia, clareia
bela noite de luar!
7
Escrevem tanta besteira!
Parem com isso, de vez!
Pois quem des…fralda  bandeira
de… frauda   o  bom  português!…
8
Gente na rua protesta,
mas nem pensa em trabalhar.
Diz que o governo não presta,
nada faz para ajudar…
9
Havia só uma ponte!
- Ao chegar, já vejo duas!
Que o progresso mais desponte...
Saudades de minhas ruas!
10
Lento barquinho que, às cegas
no mar da vida, encrespado,
sem menor temor – navegas
em busca do ser amado!
11
Lua, que vagas, serena,
na amplidão do azul celeste,
traz consolo à minha pena,
leva a dor que me trouxeste!
12
Na casa de quem escreve
há sempre papel no chão:
não perde tempo quem deve
segurar a inspiração!
13
Na mesma rede embalados…
Porém a vida é tão dura!
– No que pensam namorados
se não na vida futura?!
14
Não há palavra nenhuma
tão grande quanto “saudade”
que em sete letras resuma
a dor e a felicidade.
15
Não me negues teu retrato,
que isso é tola precaução,
pois já o tenho, de fato,
gravado no coração!
16
Não sou ave, nem sou peixe;
nunca aprendi a nadar,
mas peço a Deus que me deixe
um dia destes voar!
17
Nunca fui águia altaneira,
como nunca fui condor:
– remédios à cabeceira,
somente um velho… com dor.
18
Os meus garbosos oitenta
jamais pensei alcançar:
será que a carcaça agüenta
uns outros mais a chegar?
19
Para nos meter o malho,
como se fosse inimigo,
Deus inventou o trabalho,
deu-nos sogra por castigo!
20
Praia…  Sentado na areia,
sem nuvens de tempestade,
enquanto a mente vagueia
alguém chora de saudade!
21
Quando a mãe beija seu filho
- tesouro herdado de Deus! -
quanto fulgor! Quanto brilho
se espelha nos olhos seus!
22
Quão  tola a galanteria
que, em bailes, a multidão
exibe, falsa alegria
que não tem no coração!
23
Sendo unidos, todos nós,
podemos salvar  o mundo.
Vamos juntar-nos e, após,
nenhum prazer mais profundo!
24
Ser feliz é ser poeta;
mais feliz, só trovador:
ambos, sendo um só esteta,
dizem tudo com amor!
25
Sofrem tantos na agonia
do delírio, dito "amor";
isso tudo acaba um dia,
faz frio após o calor...
26
Tantos anos, e eu daqui,
cuidei da vida lá fora;
fiquei moço, envelheci...
- Mas estou voltando agora!
27
Temperança é sobriedade,
em tudo, moderação;
não usar à saciedade
o pouco que tem na mão.
28
Trovador!  Que trova fazes?
– Amigo, nem sei dizer!
Com ela, já fiz as pazes,
casados até morrer!
29
Uma placa numa estrada
deseja felicidade.
Mas, não sendo respeitada,
vem a morte… a eternidade…
30
Um casal apaixonado 
que anseia por se casar, 
vendo o relógio parado, 
cansou de tanto esperar…

Lairton Trovão de Andrade (Descontraindo em versos)

01. Destrua a melancolia, pois a vida se renova! Contra a tristeza, Maria, beba chazinho de trova! 02. O plagiário é caricato que no mundo s...