terça-feira, 12 de março de 2024

Falecimento do trovador Nilton Manoel Teixeira, em Ribeirão Preto/SP, hoje, 12 de março de 2024


Nilton Manoel de Andrade Teixeira, capricorniano de 3 de janeiro, nasceu em Ribeirão Preto-SP, onde veio a falecer hoje, 12 de março de 2024
.
Professor e contabilista.

Começou nos anos sessenta publicando seus textos no mimeógrafo à álcool e escrevendo para jornais. Com apoio de Luiz Otávio (fundador da União Brasileira de Trovadores) implantou os Jogos Florais em sua cidade e como presidente da seção ubeteana de Ribeirão Preto, realizou eventos locais e nacionais.

Na área da Literatura, esteve no Conselho Municipal de Cultura, por três gestões.

Livros editados:

Trovas da Juventude; 

Cantigas do meu terreiro; 

Caviar, gororoba e sal de frutas, 

Poesia Mágica (haicais) e 

folhetos de Cordel ao estilo tradicional.

Era membro de:

Academia Anapolina de Filosofia, Ciências e Letras.
Academia Brasileira de Trova.
Academia de Letras de Uruguaiana,
Academia de Letras Fronteira Sudoeste do Rio Grande do Sul.
Academia Friburguense de Letras.
Academia Goianiense de Letras.
Academia Internacional de Ciências Humanísticas.
Academia Internacional de Heráldica e Genealogia.
Academia de Letras de Ribeirão Preto.
Academia Petropolitana de Poesia.
Academia Poços-caldense de Letras.
Academia Ribeirãopretana de Poesia.
Academia Santista de Letras.
Academia Virtual Brasileira de Letras.
Casa do Poeta e do Escritor de Ribeirão Preto ( fundador e 1º presidente),
Clube Internacional da Boa Leitura.
Instituto Histórico e Geográfico de Uruguaiana.
Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal.
Ordem dos Velhos Jornalistas.
The International Academy of Letters of England.
União Brasileira de Escritores.
Usina de Letras etc.

Títulos:

Título de Magnífico Trovador pela Ordem Brasileira dos Poetas da Literatura de Cordel;

Mérito Cultural pelo Instituto Histórico e Geográfico de Uruguaiana;

Medalha de Ouro, no I Aniversário do Clube dos Trovadores Capixabas;

Honra ao Mérito pela Ordem Brasileira dos Poetas da Literatura de Cordel;

Mérito Cultural Pablo Neruda, em 2004.

No portal www.movimentodasartes.com.br assinava a coluna Trovador

ALGUMAS TROVAS

Conduzindo arma sem porte,
foi detido o valentão,
que, da praia, por esporte,
vinha abraçando um canhão.
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Depois dos cinquenta creio
que tudo é lucro e coerência,
homem que não faz rodeio
sabe o que vale a existência.
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Do passado não me queixo;
o tempo tudo desfaz...
Cenários velhos não deixo
que voltem a ser cartaz.
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Dos meus sonhos eu bendigo
as passadas frustrações;
hoje é mais puro o meu trigo
sendo humilde nas ações.
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Fez-se pai o jornalista
e, uma ideia lhe desfralda:
- Batiza a filha, o egoísta,
com o nome de... Jornalda!
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Homem é o que sabe ser
companheiro, amigo e irmão;
Quem preza o Bem, sabe ter
da vida toda a emoção.
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Humildade comedida
finge alguém tê-la somente,
ao precisar de guarida
para um problema pendente...
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Indo por outros caminhos,
neste mundo, às vezes, rude,
vou fugindo dos espinhos,
pois das mulheres não pude!
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Lágrima que escorre é gota,
que marca  o que vai à vista:
- dores da vida marota!
ou problema de oculista?
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Mãe preta, escreves a história,
com fraternidade pura;
pois na tua trajetória
plantaste amor com ternura.
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Meu lápis beija o papel 
num encontro sedutor; 
e é dessa lua-de-mel 
que nasce a trova de amor.
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Na caminhada, maduro,
ponho fogo na fornalha,
quero deixar ao futuro,
as lições de quem trabalha.
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Nada mais embriagador
no arrepio das ternuras
que escutar juras de amor
mesmo que sejam perjuras.
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Não dê bola ao rabugento
que desfaz da mocidade,
pois ele vive o tormento
de não aceitar a idade...
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O meu palácio encantado,
onde o ano todo é natal,
é um quadradinho alugado,
chamado "caixa postal"!
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O para sempre felizes
das histórias infantis,
traz à vida bons matizes
dando vida ao que o autor quis.
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Orgulho é a bola de neve 
que vai, em diário exercício, 
levando o infeliz de leve 
às bordas do precipício.
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Perdão é a esponja macia
que se passa numa ofensa
por se crer na luz do dia
contra a noite da descrença.
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Por ter dado uma "banana"
pra tia de um delegado,
o Tiãozinho entrou em cana
e saiu bem "descascado"...
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Quem caminha destemido
com fé na vida que tem,
não faz, nem teme alarido, 
vive apenas para o Bem!
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Quem como eu faz poesia,
sabe que a glória é completa:
- Ninguém aposenta o dia
de trabalho de um poeta.
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Quem tem coração de paz
vive de culpa liberto,
porque faz do bem que faz
um céu de sol mais aberto!
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Quem tem vida vive atento
pelos caminhos que enfrenta;
brinda as farpas do momento
com chocolate e pimenta.
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Saudade é como abacate:
-verde!...  por dentro, o caroço
pesa, na alma  que se abate,
e  o corpo curva  o pescoço.
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domingo, 18 de fevereiro de 2024

Licínio Antônio de Andrade (Canteiro de Trovas)

 

A água que desce a colina
entre pedras a rolar,
mesmo pura e cristalina,
não mata a sede de amar.
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A brisa que afaga a terra
soprou nos ouvidos meus:
"paz não é a ausência da guerra,
paz é a presença de Deus..."
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A brisa que passa leve
sobre a lagoa a soprar
parece, num sonho breve,
a voz de um anjo a cantar.
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As ondas se desfazendo
na praia, na maré cheia,
parecem sonhos tecendo
toalhas rendadas na areia.
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A vida não tem sentido
se vivida sem amor,
é qual o grão esquecido
na bolsa do lavrador.
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Caravelas aportando
em solo rico e gentil,
estava ali, começando,
toda a história do Brasil.
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Caravelas portuguesas
com o símbolo da cruz,
descobriram as belezas
de um Brasil que nos seduz.
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De suas mãos recebi
carícias nunca sonhadas
e eternas glórias vivi
nas insones madrugadas.
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Disse-me a cigana um dia,
lendo a sorte em minha mão:
– Vejo paz, vejo alegria,
muito amor no coração.
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Entre as Marias que amei
na história dos meus amores,
só uma lembrança guardei:
– A da Maria das Dores.
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Hoje, no outono da vida,
não tenho mais ilusão,
sou qual a folha caída
que o vento arrasta no chão.
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Não desdenhe dos sem nada
se a sorte o favorecer,
quem sobe ao alto da escada,
um dia pode descer.
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Não pise na flor que medra
nem zombe da sua graça,
pois, aquele que hoje é pedra,
pode, amanhã, ser vidraça.
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Na velha igreja da Cruz
onde os sonhos vão rezar,
a Santa esparge mais luz
 que as velas brancas no altar.
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Nem sempre a luz da vitória
é de quem vence a batalha,
Jesus subiu para a glória
tendo uma cruz por mortalha.
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Nos lençóis em desalinho
que marcaram nosso amor,
hoje adormeço sozinho
na angústia da minha dor.
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Nos seus cachinhos, criança,
o sol gosta de brincar
e, com raios de esperança
pôs verde no seu olhar.
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Nosso amor que começou
brisa morna de ternura,
cresceu e se transformou
num vendaval de loucura.
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O volume é tão gritante
na barriga do Menezes,
que até lembra uma gestante
já beirando os nove meses.
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Passa a "Maria Fumaça"
com seu apito pungente,
segue nos trilhos, com graça,
levando os sonhos da gente.
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Pouco importa se as capelas
não tenham luxos reais,
pois o Deus que habita nelas,
é o mesmo das catedrais.
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Quando a princesa assinou
a Lei da Libertação,
o Brasil se emocionou
com o fim da escravidão.
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Quando Deus criou o mundo,
para completar a lida,
no seu gesto mais fecundo
fez o milagre da vida.
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Quanta saudade reporta
um lenço branco a acenar,
é angústia que bate à porta
e a solidão manda entrar.
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Que triste seria o mundo
sem sonhos, sem poesias
e, de um vazio profundo
sem a graça das Marias!
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Se a sorte bater-lhe à porta
mande depressa ela entrar;
depois feche, pouco importa
mas, não a deixe escapar.
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Se a vida parece vã
quando a sorte vai embora,
lembre-se: em cada manhã
resplende uma nova aurora.
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Se é por vontade divina,
a boa semente medra
e, por milagre germina
em qualquer fenda de pedra!
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Segue o barco da ilusão
singrando o mar da bonança,
no leme, meu coração,
e o seu destino: a esperança.
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Sinfonia é o mar quebrando
em rendas brancas na areia,
é o vento que vem cantando
nas ondas da maré cheia.
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Sua boca pequenina
de uma beleza sem par,
é uma fonte cristalina
onde a sede eu vou matar.
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As suas mãos pequeninas,
de uma beleza sem par,
são duas conchas divinas
que um sonho roubou do mar.

Fonte: Messias da Rocha (org.). Múltiplas palavras vol. III. Juiz de Fora/MG: Ed. dos Autores, 2022.

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

Maria Nascimento Santos Carvalho (O Riso na Trova)

 


A sogra mandava em tudo,
e o tadinho do Tadeu
só pôde andar cabeludo
depois que a dita morreu.
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Ele paquera na encolha
embora sendo casado,
pois quem tem sogra caolha
tem que ter faro dobrado.
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Esconde, quando se pinta,
a idade, mas nem se manca
que, enchendo a cara de tinta,
não faz sumir a pelanca!
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É tão bagulho a Sofia
que, ao vê-Ia, a turma diz: - Puxa!
Parece que todo dia
se fantasia... de bruxa!
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É um compromisso de morte
que à liberdade põe fim:
Aceita-a como consorte?
E o sem-sorte diz que sim!
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Fica enfezada a coroa,
se a chamam Senhora, e, aflita, 
reclama logo: - Essa é boa!
Senhora não! Se-nho-ri-ta !
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Homem casado, quando ama
outras mulheres na rua,
levanta aquelas da lama
e põe defeitos na sua !
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Incurso em poligamia,
depois que foi condenado,
disse: - Credo! eu nem sabia
que já tinham me casado !
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Mentes com tanta meiguice
e com tanta ingenuidade
que esses teus disse-me-disse
até parecem verdade ...
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Minha sogra, a mascarada
que finge ser inibida,
já foi muito mais testada
do que pista de corrida ...
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O Colares não se amola,
pois quando não estudou,
na hora da prova cola,
porque se colar ... colou!
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Perto de oitenta e donzela,
ainda pede a Santo Antônio
para interceder por ela
nas tentações do Demônio.
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Por ser conservada a Alice
e ter a pinta que tem,
se aposentou por velhice
e ainda espera neném...
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Por ser direito, na escola
não se vinga com besteiras:
tira zero, mas não cola
nem chicletes nas carteiras.
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Quando a isca está perfeita,
pesco ate peixe cozido,
mas não consigo a receita
para "pescar" um marido!
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Quando a Sara viu o custo
do tratamento que fez,
tomou um tamanho susto
que adoeceu outra vez.
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Se a galinha vai no embalo
cantando o mesmo estribilho
ou quer conquistar um galo,
ou, então, um grão de milho.
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Sempre contando lorota,
diz que fala até chinês,
e, ao dizer-se "poligrota",
assassina o português.
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Sou nordestina valente,
minha coragem não falha,
mas, quando eu vou mesmo em frente,
vem o medo... e me atrapalha!
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Tão avarenta é a Marcela,
apesar de ser ricaça
que nem um sorriso dela
ninguém consegue de graça ...
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Tem rugas que mete medo,
banca o broto e não repara
que é inútil fazer segredo
de um troço que está na cara!
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Tem tanto segredo, tanto,
que, em seu diário, a Inocência
escreve pouco... no entanto,
fala tudo a reticência.
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Vai sempre ao banho de mar,
mas não enfrenta as marés,
porque quer mesmo é "pescar"
um "barbudo"... de dois pés.
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Velando o bom companheiro,
como era boa, a viuvinha
arranjou logo um parceiro
para não chorar sozinha!
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Viuvinha bem decente,
sofreu tanto a Florisbela,
que um seu vizinho clemente
resolveu morar com ela.
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Xingou o genro de tudo,
a bomba velha porque
ele botou cola-tudo
noutra bomba: a de laquê!

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

Naiker Dàlmaso (Trovas Capixabas)

 


Amizade verdadeira
se prova com lealdade.
Do contrário, é traiçoeira,
só traz infelicidade.
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Ao nascer a gente chora.
Quando jovem, quantos ais!
Velho sabe, não demora
– tempo é menos, que mais.
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Brotam suspiros no peito,
também lágrimas no olhar.
Os versos que tenho feito,
de você me faz lembrar.
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Da trova faço um buquê, 
com versos do coração; 
cheirosa feito você, 
a rosa da inspiração!
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Desde o albor da mocidade, 
ébrio amor que enaltecemos, 
bebo doses de saudade, 
da ebriez que já vivemos!
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Desta vida eu agradeço 
tudo, tudo, até má sorte! 
Não há erro num tropeço, 
toda queda me fez forte.
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Em busca dos meus anseios,
me desfiz em mil pedaços;
me perdi nos devaneios
até cair nos seus braços!
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Esta rosa e quatro espinhos
que abrandou meu coração,
perfumou os meus caminhos,
deu à vida mais razão.
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Há de rir quem encontrar 
a luz da felicidade. 
Mas quem não sabe chorar, 
nunca vai rir de verdade. 
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Imaturo, fraquejei,
com medo das frustrações…
Mas cada vez que esquivei,
chorei por mais ilusões!…
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Lembro bem do meu lugar,
salpicado de esplendor;
Onde as ondas vêm beijar,
bate a rede o pescador!…
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Na exaustão do sofrimento 
que lacera e amarga o peito, 
o poeta em desalento, 
faz dos versos o seu leito. 
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Nas águas que me banhei,
do seu quente litoral,
anseios, sonhos, deixei
nas ondas de coqueiral!
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Nas andanças dessa vida,
antes de te conhecer,
fiz coisas que Deus duvida,
e o diabo nem quis ver!
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Nas veredas dessa vida, 
vou plantando os versos meus… 
Pra faze-la mais florida, 
antes de dizer adeus! 
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O barco, seu passaporte,
pro portal da imensidão…
Pescador de braço forte,
o mar é seu ganha-pão.
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Olho a noite e lembro em pranto, 
nessa ocasião lunar, 
que hoje o céu é seu recanto, 
e a saudade o meu lugar.
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O nosso amor tem efeito
poético! E me envolvendo,
quanto mais amor no peito,
mais trovas eu vou fazendo…
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Os castanhos olhos seus:
uma flecha de harmonia.
Que após atingir os meus,
fez minha vida em poesia!…
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Perfeita combinação:
é café com poesia.
Um preenche o coração,
o outro nos dá energia.
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Quantos ais, ó dura vida, 
os espinhos foram tantos! 
Porém tu, minha querida, 
foste a cura dos meus prantos.
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Quem o sonho realiza,
sem perder os seus valores,
encara a dor, se humaniza,
dos espinhos colhem flores!…
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Se a vida é obra de arte,
o Artista teve a destreza,
que você fizesse parte
da mais linda natureza!
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Sem ter fé, és indefeso 
no estirão para o futuro; 
Igual não teres aceso 
nenhum fósforo no escuro.
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Ser feliz é uma sina,
na arte de viver a vida;
ou trabalha a disciplina,
ou acabará ferida.
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Se triste, do trilho escapo,
e falso sorriso trago.
Deixo de sentir-me um trapo,
só com o seu terno afago.
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Todo pai é um gigante!
A seu filho dá-se inteiro.
Força e fé edificante –
o Grão Mestre conselheiro.
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Naiker Dàlmaso é de Vila Velha/ES

Fonte> https://versifica.blog/

domingo, 11 de fevereiro de 2024

O Livro em Trovas


Deste espaço que, na vida,
preenchemos com tempo certo,
daremos conta devida,
da Vida no Livro aberto!
Alberto Fernando Bastos
Rio de Janeiro/RJ, 1921 –

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“Livro é presente de amigo”
– é o que se diz fartamente.
E eu acrescento comigo:
“Livro é um amigo presente”.
Anatole Ramos
Ervália/MG, 1924 – 1994, Goiânia/GO

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Dar um livro de presente
este remédio me enseja:
quem o dá é inteligente
e espera que o outro o seja...
Aparício Fernandes
Acari/RN, 1934 – 1996, Rio de Janeiro/RJ

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Livros há cuja estrutura
lembra a do arado, na essência:
– rasgam sulcos de cultura
no campo da inteligência.
Cesídio Ambrogi
Natividade da Serra/SP, 1893 — 1974, Taubaté/SP

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Todo livro, quando aberto,
é pólen, é flor, é fruto...
Fechado é sombra, é deserto,
é silêncio, é campa, é luto.
Cyro Armando Catta Preta
São Paulo/SP, 1922 – 2010, Orlândia/SP

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Semeador de esperanças,
Lobato foi mais além:
dando livros às crianças,
semeou sonhos também!
David de Araújo
Santos/SP

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O livro é o maior dos bens,
sem ele crescem teus males...
Dize-me os livros que tens
e eu te direi quanto vales.
Durval Mendonça
Rio de Janeiro, 1906 – 2001

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Se queres ter um Amigo
que não fala, pois é mudo,
o Livro é luz que bendigo,
que calado, fala tudo.
Filemon F. Martins
São Paulo/SP

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Livro bom, lido com calma,
traz emoção e alegria...
Por isso dói tanto n’alma
ver uma estante vazia!
Hermoclydes Siqueira Franco
Niterói/RJ, 1929 – 2012, Rio de Janeiro/RJ

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Nada mais belo, decerto,
no cenário da esperança,
que a imagem de um livro aberto
sob o olhar de uma criança!
José Lucas de Barros
Serra Negra do Norte/RN, 1934 – 2015, Natal/RN

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Não sei se todos ponderam
a troca que o livro traz…
Grandes homens o fizeram,
grandes homens ele faz!
Lucília A. Trindade Decarli
Bandeirantes/PR

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É celulose modesta,
mas seu destino, fecundo,
pois – da sombria floresta –
o livro ilumina o mundo.
Maria Thereza Cavalheiro
São Paulo/SP , 1929 – 2018

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O livro, triste mar morto,
na estante, limpo, fechado.
Luzeiro, molde, conforto,
livro velhinho, ensebado.
Nair Starling
Santa Luzia do Rio das Velhas/MG, 1909 -

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Quando passo alguns minutos
no pomar, a um livro atento,
eu penso em colher bons frutos...
Os frutos do pensamento.
Nereu Humberto Frickmann
Niterói/RJ

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De livros encham-se as casas,
eis um conselho excelente,
pois o livro, aberto em asas,
põe asas n’alma da gente.
Orlando Brito
Niterói/RJ, 1927 – 2010, São Luís/MA

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Bendito aquele que lança
um livro sério, profundo,
e faz voltar a esperança
que vai fugindo do mundo.
Paulo Emílio Pinto
Conselheiro Lafaiete, 1906 – ????, Belo Horizonte/MG

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Dai bons livros à criança
e um ensino permanente:
o livro é verde esperança,
que abre os caminhos da mente.
P. de Petrus
São Paulo/SP, 1920-1999

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Sempre em silêncio profundo,
entre dores e alegrias,
no livro se encerra um mundo
de eternas sabedorias.
Reinaldo de Aguiar
Natal/RN, 1921 – 2010

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Não me tenhas por ausente;
se não vai carta, não zangue.
O livro é o melhor presente,
feito com suor e sangue.
Renato Baez +
São Paulo/SP

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Mais sábio na vida é quem
possui a sabedoria
daqueles que sempre têm
bons livros por companhia.
Sebas Sundfeld
Pirassununga/SP, 1924 – 2015, Tambaú/SP

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Aberto em asas de paz,
na escola, no lar, na igreja,
por todo o bem que nos faz,
o livro bendito seja!
Vera Vargas
Curitiba/PR, 1922 - 2000

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Um livro, um filho, uma planta,
pela estrada percorrida...
Quem consegue glória tanta,
plantou sementes na vida.
Wilson Dantas
Ceará-Mirim/RN, 1920 – 1998, Natal/RN

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Fonte: Sammis Reachers (seleção e edição). Poemas sobre Sua Majestade, o LIVRO: uma microantologia. ebook.

Lairton Trovão de Andrade (Descontraindo em versos)

01. Destrua a melancolia, pois a vida se renova! Contra a tristeza, Maria, beba chazinho de trova! 02. O plagiário é caricato que no mundo s...