segunda-feira, 31 de julho de 2017

Frazão Teixeira (1902 - ????)


1
Aliança de ouro – esperança
de horas risonhas e puras,
se une o casal na bonança
une-o também nas agruras.
2
A minha vida era triste,
da solidão era presa,
mas tu chegaste e sorriste,
e lá se foi a tristeza.
3
A Morte nos leva à porta
do céu, quando Deus nos chama;
se somos maus, não importa,
– no céu entrará quem ama.
4
A razão tem seus ditames
que o coração não compreende;
ela te diz que não ames,
e o coração não atende.
5
A sorte deu-me um tesouro
de inestimável valor;
não foi nem prata, nem ouro,
apenas foi teu amor.
6
A trova é manto que teço
com fios de desenganos;
depois com ela eu aqueço
minha alma ao passar dos anos.
7
A trova é um bem que se almeja
em quatro versos oculto,
mas, para mim, talvez seja
um sonho morto insepulto.
8
Cultivo este gesto lindo
de ser útil por prazer,
pois penso que dar sorrindo
é melhor que receber.
9
É grande espelho este mundo:
– se ris ele também ri,
se odeias, ódio profundo
verás em torno de ti.
10
Eu hoje vivo cantando,
feliz da vida, porque
eu sinto que estou amando,
e meu amor é você.
11
Há ternura em teu olhar
e calor nos lábios teus,
quando vens depositar
teu beijo nos lábios meus.
12
Não espere em alvoroço
para não se lamentar;
“a esperança é bom almoço
mas também um mau jantar.”
13
Não lamente os dissabores;
cicatrizada a ferida,
sempre se aprende nas dores
dos maus embates da vida.
14
Não se faz trova, ela existe
já feita como o carvão;
ser, pois, trovador consiste
em abrir o coração.
15
No outono da vida, o amor,
entre as dádivas divinas,
parece ser como a flor
nascida junto às ruínas.
16
Nuvens são trovas ao léu,
que nos primeiros albores
Deus coloriu lá no céu
em tons de todas as cores.
17
O barco se despedindo
singra no rumo perfeito,
e esta saudade surgindo
também singra no meu peito.
18
Ponha amor no coração
e nos lábios um sorriso;
para ser feliz, então
nada mais será preciso.
19
Tal como uma flor colhida,
cujo aroma nos invade,
emana da despedida
o perfume da saudade.
20
Tudo que nos acontece
uma causa deve ter;
amor enfim me parece
a causa de eu te querer.

domingo, 30 de julho de 2017

Doralice Gomes da Rosa


1
A frágil rosa em seu galho
depois que o vento passou,
desfolhou-se sobre o orvalho
que a madrugada deixou.
2
A franga sente o perigo,
vendo o frango já galeto,
diz a ele: eu vou contigo
pra rodar no mesmo espeto.
3
A mulher grita, se zanga
quando o marido, afobado,
invés de soltar a franga,
solta um frango congelado.
4
Anda estranho meu gatinho,
parece coisa mandada,
na cama nenhum beijinho,
é só rom-rom e mais nada.
5
Ao Patrão Velho e buenacho,
pedindo, tiro o chapéu:
- Olha um pouco aqui pra baixo,
manda uma bênção do céu.
6
Ao ver o broto nadando,
o vovô, já bem caduco,
se joga na água, gritando:
"Tô maluco, tô maluco!"
7
Apeie, peão, se abanque,
venha tomar chimarrão!
Amarre o pingo ao palanque:
- Aqui, ninguém é patrão!
8
Aquela coroa enxuta,
mal anoitece, ela sai,
dizendo que vai à luta
- só Deus sabe onde ela vai!
9
As lembranças e euforia
dos folguedos de criança
gravei no peito em poesia
onde a saudade descansa.
10
Brigamos qual cão e gato
sem razão, sem um motivo.
Ele me arranha, eu lhe bato,
mas sem meu gato não vivo.
11
Cai a chuva e com malícia,
num jeito todo atrevido,
vai moldando com perícia
teu corpo sob o vestido.
12
Chimarrão, tem mais sabor
quando a bomba prateada
volta trazendo o calor
dos lábios da minha amada!
13
Diz, num porre, o coroinha,
na missa, ao Padre Pimenta:
- Eu só tomei umazinha,
o resto foi água-benta!
14
Hoje, nós dois, no abandono;
perdidos, sem mais escolhas:
– dois galhos secos no outono
que o vento varreu as folhas.
15
Já fui frango revoltado,
dono, rei do meu terreiro.
Hoje, velho, aposentado,
nem subo mais no poleiro.
16
Levando um chute o magrinho
ao jogar uma pelada,
o que já era pouquinho
acabou virando nada.
17
Magro dos pés ao pescoço,
feio do fim ao começo,
o Zeca era o próprio esboço
de uma caveira ao avesso.
18
Mais um Natal se anuncia
e em minha mesa hoje tem:
uma cadeira vazia
a esperar por quem não vem.
19
Marujo ao pisar na areia
traz do mar lendas estranhas,
nunca viu uma sereia
mas fisgou muitas piranhas.
20
Marujo velho, o Raimundo
quando em vez dá uma ensaiada,
levanta a vela e vai fundo
mas qual, só nada, mais nada!
21
Meninas, eis um conselho:
vêde bem por onde andais!
A honra é como um espelho,
se quebrar, não cola mais...
22
Minha gata por capricho
ronda o gato do vizinho.
Mas o danado bicho
sai miando e bem fininho.
23
Na ilusão de ser amado,
sonho a grandeza dos sábios,
bebo o licor do pecado
no cálice dos teus lábios.
24
Não quero saber de intriga
pois cheguei à conclusão:
é melhor viver sem briga,
do que brigar com razão!
25
Na solidão do meu rancho,
nossa rede, que ironia,
ainda presa no gancho,
embala a noite vazia.
26
Nesta taça de licor
transbordando de ternura,
brindaremos nosso amor,
nossos sonhos de ventura.
27
Nosso amor é um triste enredo
que o destino emaranhou,
fez de nós dois um brinquedo
que em tuas mãos se quebrou.
28
O bebum, num corrupio,
cheio de pinga e de mágoa,
não percebendo o desvio,
se foi com os burros n’água.
29
O capeta à Terra veio,
fugindo do fogo eterno
e ao ver o mundo tão feio,
voltou correndo pro inferno.
30
O frango muito fuleiro
pula o muro, canta grosso,
vai ciscar noutro terreiro
e acaba virando almoço.
31
Para brindar a partida
de alguém que já não me quer,
bebo o champanha da vida
nos lábios de outra mulher.
32
Pra sorrir não tenho hora...
nas mágoas não me concentro;
mostro um sorriso por fora,
mesmo chorando por dentro.
33
Quando a sogra vem chegando,
com olhar de cobra mansa,
eu corro, me desviando,
mas ela sempre me alcança!
34
Quando eu cruzar a porteira
para o plano do infinito,
levarei minha bandeira
com meu protesto e meu grito!
35
Que o velhinho em seu trenó,
campeando luas e luas,
tenha compaixão e dó
dos piás que vivem nas ruas!
36
Sogra boa - não se iluda!
Se existiu, morreu à míngua.
A não ser que seja muda
e a boca não tenha língua.
37
Teu amor é uma jangada
que aportou com muito jeito
e agora vive ancorada
nas amarras do meu peito.

sábado, 29 de julho de 2017

Marina Gomes Valente


1
A flor da fraternidade
floresce no coração
de quem ama de verdade
o próximo como irmão.
2
A mulher traduz ternura,
doação, vida e amor;
colabora com doçura
com a obra do Criador.
3
As árvores são sagradas,
são um milagre da vida;
no entanto, são derrubadas
pela ambição desmedida.
4
As paixões desenfreadas,
excessos de comilança,
mostram vidas desregradas
onde falta temperança.
5
Camélia é flor delicada,
tal qual um floco de neve.
Sentida, fica queimada,
mesmo com um toque leve.
6
Capricho da natureza?!...
Mão humana em gesto arteiro?!...
Cenário de tal beleza,
só se Deus for brasileiro...
7
Com roupagens só de amor
vistamos o coração,
sem ódio e nenhum rancor
para abrigar um irmão.
8
Contemplar o mar infindo,
entender sua poesia,
ver o sol se despedindo
é sentir paz e alegria.
9
Dama da noite, de branco,
com as vestes de cetim,
enfeita à noite o barranco
transformando-o num jardim.
10
De nada vale o rancor
que só deixa cicatrizes;
tecendo laços de amor
seremos bem mais felizes.
11
Engrinaldada de flores,
surge a mais bela estação,
e a alegria chega a cores
a cantar no coração.
12
Família ideal é aquela
onde há paz, docilidade;
por mais que seja singela,
tem um quê de majestade.
13
Gorjeiam os passarinhos
na ramaria orvalhada.
Primavera, nos caminhos,
vai despertando a florada.
14
Não adianta modelar
o corpo com perfeição,
se não soubermos moldar
com amor o coração.
15
Não importa a cor da pele,
o que importa é a inspiração
de uma trova, que revele
o que sente o coração.
16
Nesta era da informática,
computadores de mão,
sugam da família, a prática
da confraternização.
17
Nesta vida o tempo ensina:
quem partilhar seu amor
a paz também dissemina,
exterminando o rancor.
18
O esforço de uma formiga,
mais que exemplo é uma lição:
seu objetivo persiga
com fé e determinação.
19
Ó geração gananciosa,
desperta, presta atenção!
A arara azul, tão graciosa,
corre o risco da extinção!
20
O sonho de uma criança
pode a nós ser aplicado:
à luz da perseverança
poderá ser realizado...
21
Para encantar a velhice,
ser tranquilo, sonhador,
há que, desde a meninice
plantar sementes de amor…
22
Paz nasce do coração
de quem aprendeu a amar
a todos, sem distinção,
porque soube perdoar.
23
Pelas ruas, no passado,
nos realejos risonhos,
um periquito amestrado
passava vendendo sonhos.
24
Plante uma árvore, amigo,
que ela é sinal de esperança.
Se não lhe servir de abrigo,
servirá a uma criança.
25
Porque a “Fé move a montanha”,
não posso deixar de crer
que esta saudade (tamanha!)
vai um dia perecer.
26
Primavera e juventude,
presentes da Providência:
cores, vida em plenitude
que alegram nossa existência!
27
Protegida, a natureza
dará frutos a granel,
flores de rara beleza
e favos prenhes de mel.
28
Quando o amor fala mais alto
o mais prudente é calar;
coração em sobressalto
dá o recado pelo olhar.
29
Quem espalha em seu caminho
a paz, o amor e a alegria,
não caminhará sozinho,
terá Deus por companhia.
30
Rosa é a rainha das flores,
outra mais bela não há;
nem mesmo, com seus primores,
a flor do maracujá.
31
Seja em estrada de ferro,
seja em estrada florida,
posso dizer e não erro:
-assim vai o trem da vida!
32
Será livre de verdade
quem fizer a diferença,
quebrando o elo da maldade
e abraçando a benquerença.
33
Sob os tons crepusculares,
sem ninguém que nos impeça,
nosso barco cruza os mares
sem destino, sem ter pressa...
34
Sobre as vagas do oceano,
voando num céu de anil,
sinto alegria e me ufano
de estar voltando ao Brasil!
35
Sonha o menino acordado
com a bola e pé no chão,
ser um craque consagrado
e integrar a seleção...
36
Sonho um mundo colorido,
flores perfumando a estrada,
sem um ai, sem um gemido
de criança abandonada.
37
Tão humilde, a margarida,
sem perfume, sem magia,
para não ser esquecida,
por entre os ramos, espia.
38
Um casal alicerçado
no amor e na compreensão
deixará grande legado
à futura geração.
39
Um desafio na vida
é vencer tribulações
e a paciência nos convida
a refrear emoções.
40
Um trevo de quatro folhas
nascido no meu jardim,
trouxe entre tantas escolhas,
muita sorte para mim.

sexta-feira, 28 de julho de 2017

Josafá Sobreira da Silva


1
A deturpação dos fatos
é tão comum entre a gente,
que a corrente de boatos
passou a ser voz corrente!
2
Anote e depois confira,
visando seu próprio bem:
meia-verdade é mentira,
verdade-e-meia também!
3
Ao despedir-me de ti,
sujeito a carências novas,
compenso a paz que eu perdi,
buscando alento nas trovas!
4
Ao homem muito ciumento
há um dilema que aperreia:
ou esquece o casamento,
ou casa com mulher feia!
5
A saudade é uma corrente!
Só agora percebi,
livre de ti, finalmente,
e, afinal, mais preso a ti!...
6
Casamento de verdade,
pouca gente ainda procura:
querem ter a propriedade
sem pagar pela escritura!
7
Como trabalha o rapaz!
Mas não invejo esse estilo:
- na cama, tudo o que faz
é só tirar um cochilo…
8
Da chuva não corro mais!
Não pago esse mico, ó gente:
correr dos pingos de trás
pra me molhar nos da frente?
9
Deixaste a casa vazia,
mas há um retrato na sala;
e é dessa fotografia
que o teu silêncio me fala!
10
Deus construiu, no horizonte,
onde ninguém pode ver,
uma belíssima ponte
que a gente cruza... ao morrer.
11
Dúvida é sempre clareza!
E aqui vai a explicação:
- quem duvida tem certeza
de que está em confusão!
12
Essa azul coloração
das araras a voar
coloriu meu coração
e não sei como apagar!...
13
Há um piano na cabana
que espera, de tampo aberto,
expor, à perícia humana,
seu recital encoberto!
14
Meu consolo, na tristeza,
quando, no peito, a agasalho,
é o pranto da natureza,
nas gotas tristes do orvalho.
15
Minha máscara de austero,
que eu usei com tanto gosto,
sabe o quanto eu não a quero,
mas passou a ser meu rosto!
16
Namorar em rua clara?
Nunca fiz essa loucura!
Quem tem vergonha na cara
só namora em rua escura.
17
Numa euforia tremenda,
além de qualquer limite,
ouvi o riso da agenda
ao registrar teu convite!
18
Nunca consigo a proeza
de uma bola no buraco!
Será defeito da mesa
ou defeito do meu taco?
19
O comilão não se esquenta
na fila pra ver seu peso:
ou diz que a balança aumenta,
ou fica atrás de um obeso...
20
O meu prêmio, ao fim do dia,
é um sorriso na janela
de onde os lábios da alegria
beijam os meus, antes dela!
21
Quando vovó faz faxina,
vovô teme o seu capricho,
pois ela tudo examina:
Não tem uso? Vai pro lixo!
22
Quem entra ali pra jogar
ingressa um tanto cabreiro...
Há uma placa no lugar:
“Buraco? Só a dinheiro!”
23
Se, aos gritos, me manifesto,
já perdi a discussão,
pois quem grita num protesto
já mostra não ter razão!
24
Se há barragens no percurso,
aprende a lição do rio
que, em paz, retoma o seu curso
após saudável desvio!
25
Só agora eu percebi
a ganância do coveiro:
tem buraco por aí
que é uma mina de dinheiro!
26
Sobre as águas refletidos,
nuvens...matas...céu de anil...
tudo evoca aos meus sentidos
a bandeira do Brasil!
27
Sou velho metido a moço
e ainda levo à loucura!
Se me diz: 'morda o pescoço!",
cravo nela a dentadura!
28
Surpreso por teu aceno,
com timidez e apetite,
eu, tolo, me achei pequeno
para aceitar teu convite!
29
Traz a injustiça a discórdia,
mas a justiça me assusta:
À luz da misericórdia,
nunca vi justiça justa!

terça-feira, 18 de julho de 2017

Newton Vieira


1
A existência – uma jornada...
E eu vejo, desde menino,
mais graça ao longo da estrada
que no lugar de destino…
2
Agora vivemos sós...
e dói, de modo incomum,
saber que o abismo entre nós
não teve motivo algum!
3
A apatia afasta mais
que os longes quilometrados,
pondo abismo entre casais
às vezes de braços dados!...
4
As nossas almas, amigo,
eram tão gêmeas, que, ao fim
da convivência contigo
senti saudades de mim!...
5
A utopia, em minha mente,
traduz-se desta maneira:
– Um lugar inexistente
que existirá, caso eu queira!...
6
Curvem-se todos os sábios
ante o saber infinito
que a mãe derrama dos lábios,
mesmo sem nada ter dito!
7
Dai-me perdão para o amor
contrário ao Vosso preceito.
Sei tantas coisas, Senhor,
menos amar de outro jeito!
8
“Darás à luz” – Anuncia
alguém do Eterno oriundo.
Plena de Graça, Maria
diz “Sim!” e transforma o mundo!
9
É do passado a lição,
mas com valor no presente:
- Só pode ter corpo são
quem tem saúde na mente.
10
Em Friburgo, qual Moisés,
julguei que Deus me dizia:
- "Tira as sandálias dos pés,
que estás no chão da poesia!"
11
Encontrei, como num sonho,
este amor forte e sem fim:
- a ponte na qual transponho
abismos dentro de mim...
12
É pequena, mas se expande
pondo em trovas mil louvores;
Jambeiro - cidade grande
no mapa dos trovadores!
13
É triste ver alguém cheio
deste vazio medonho:
- ter feito apenas rodeio
em torno de um grande sonho!
14
Eu amo... e, de tal maneira
o amor em mim se enclausura,
que sempre estou na fronteira
entre a razão e a loucura!...
15
"Eu volto!" - Falsa promessa
que ela ainda crê verdadeira,
pois, da varanda, não cessa
de contemplar a porteira...
16
Feliz Natal, com certeza,
promoverás, meu irmão,
se o pão que sobra na mesa
chegar às mesas sem pão.
17
Ficou mais lento o meu passo?
Caminharei, mesmo assim!
Só temeria o cansaço
se me cansasse de mim..
18
Mãos calosas... Entretanto,
cingem de amor o filhinho...
Roseira não perde o encanto,
apenas por ter espinho!…
19
Nasceu do acaso este amor...
cresceu...e, agora, acredito,
é bem capaz de transpor
as fronteiras do infinito!…
20
No rodeio do existir,
peço a Deus, a todo instante,
que eu não caia e, se cair,
com mais força me levante.
21
Nos meus braços estarias,
se tu não fosses, querida,
a maior das utopias
que acalentei nesta vida!
22
No Vosso martírio, eu pude
ver quatro quedas, Jesus,
quando um velho, sem saúde,
caiu na fila do SUS!...
23
O amor que escolhi um dia
expõe-me à língua do povo?
Dane-se o povo! Eu faria
a mesma escolha, de novo!
24
O que eu mais quero na vida
é a paz reinando na Terra,
mas não a paz confundida
com mera ausência de guerra...
25
Por mais que sofra, eu espero
ouvir somente a verdade;
é melhor o “não” sincero
do que o “sim” da falsidade.
26
Quando, amigo, nos teus ombros
deitei o rosto tristonho,
tu me ergueste dos escombros
que a vida fez do meu sonho!
27
São tantas encruzilhadas!...
Por isso eu me perco assim,
ao trafegar nas estradas
que existem...dentro de mim!...
28
Se tu te julgas montanha,
convém que então te assinales
pela bondade tamanha
de dar proteção aos vales.
29
Se o nosso amor é pecado,
esconda-o lá nos refolhos...
e só me mande recado
pelas meninas... dos olhos!
30
Sou quase feliz, querida.
Aceita ser minha e faze
que seja, então, destruída
a tal barreira do... quase!
31
Venceste alguém... e sorris
numa explosão de prazeres...
Serás, porém, mais feliz
quando a ti mesmo venceres...

Lairton Trovão de Andrade (Descontraindo em versos)

01. Destrua a melancolia, pois a vida se renova! Contra a tristeza, Maria, beba chazinho de trova! 02. O plagiário é caricato que no mundo s...